Um incêndio ocorreu nesta quinta-feira no Instituto Serum, maior fabricante mundial de vacinas, em Pune, na Índia. A imprensa indiana afirma que a produção de vacinas contra a Covid-19 não foi afetada. O instituto é responsável pelas 2 milhões de doses do imunizante da AstraZeneca/Universidade de Oxford adquiridas pelo Brasil, que estão no centro de um imbróglio diplomático.
Pela TV, canais de televisão indianos exibiram imagens de uma enorme nuvem de fumaça cinza sobre as instalações do Serum, em Pune, no Oeste da Índia, onde milhões de doses da vacina desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford estão sendo produzidas atualmente.
Em dezembro, o Brasil firmou, via Fiocruz, um acordo com o Serum Institute of India para o envio de dois milhões de doses prontas do imunizante da AstraZeneca, à margem do acordo que o país selou com a farmacêutica britânica, que prevê a produção nacional. A intenção era acelerar a imunização do país, e o uso emergencial do aporte de doses recebeu autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
As doses, previstas para o último final de semana, acabaram retidas em solo indiano. O governo da Índia afirma oficialmente que priorizará a imunização da população mais vulnerável antes de abrir exportações. Unidades da vacina, no entanto, já foram enviadas para países do Sudeste Asiático.
Diplomatas do Itamaraty avaliam que o canal de diálogo com o país e com a China está “obstruído” em função do alinhamento do Brasil aos Estados Unidos em tratativas sobre patentes na Organização Mundial do Comércio (OMC), como reportou O Globo.