Um repórter de um portal de notícias local bateu com o microfone em um fotógrafo da Prefeitura de Manaus e depois caiu ao chão. A confusão aconteceu no Mirante Lúcia Almeida, Centro de Manaus, na manhã desta sexta-feira (14).
Ontem, funcionários da prefeitura realizaram ações de reordenamento no centro da cidade. Contudo, das 60 abordagens feitas pelos agentes desde o início da semana, duas delas chamaram atenção.
Uma vendedora ambulante haitiana teve seus produtos retirados na Av. Eduardo Ribeiro porque, segundo a Prefeitura, a mulher não respeitou as inúmeras notificações. Outro caso ocorreu na Manaus Moderna e envolveu um vendedor ambulante que teve seus abacaxis recolhidos pelos funcionários.
As cenas de truculência explodiram rapidamente nas redes sociais e gerou revolta. O jornalista Adriano Santos, então, foi ao mirante para tentar questionar David, que anunciava um investimento de R$ 2,6 milhões para o carnaval deste ano.
Repórter padrão CQC
Seguindo o padrão CQC de jornalismo (programa que ia ao ar na Band), o repórter passou a fazer inúmeros questionamentos e afirmou que a prefeitura tratava feirantes como criminosos. David Almeida rebateu e disse que o portal de notícias é acostumado a fazer sensacionalismo.
Adriano continuou insistindo e, enquanto o prefeito estava cercado de asessores, houve um possível desentendimento que logo escambou para confusão. Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra a cena lamentável onde o repórter bate o microfone em um fotógrafo e, logo em seguida, cai ao chão.
A imagem levantou dúvidas, pois o repórter afirma que alguém o empurrou, embora a própria imagem confronte sua versão. A cena em câmera lenta, digna de árbitro de vídeo, mostra Adriano se jogando e, até o momento, não há outra imagem que mostre uma pessoa lhe empurrando.
O auê deu resultado
Arrefecidos os ânimos entre repórter e assessores, David Almeida parou para dar entrevista. Questionado sobre o episódio envolvendo os ambulantes, David esclareceu que aquela abordagem não é a forma adequada.
“Repudiamos aquele ato. A prefeitura a notificou mais de dez vezes que a Av. Eduardo Ribeiro não é lugar de venda de frutas. Inclusive, ela é uma haitiana e existe a Feira do Imigrante, localizada ao lado do mercado Adolpho Lisboa. Além disso, já falei com o secretário para que a realoque em um box ou alguma galeria, assim ela continuará mantendo o sustento de sua família. O episódio é lamentável, peço desculpas, e os excessos serão coibidos.”, finalizou.