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11 de julho de 2025
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VEJA: Morte de Carlos Henrique e Davi Renan possuem algo em comum

Ambos acusam PMs detidos no NPPM de praticar arrocho no Amazonas

Imagem: Reprodução

Na tarde dessa terça-feira (8), um crime chocou a sociedade Manauara. Populares encontraram um jovem morto e seu amigo gravemente ferido, no Conjunto João Paulo, zona norte da cidade.

A vítima, identificada como Davi Renan Cavalcante da Silva, sofreu um sequestro na noite de segunda-feira (7), juntamente com o amigo, Vagner Sombra de Araújo, no bairro São José, zona leste.

Enquanto esteve sob cárcere, os suspeitos interrogaram a vítima e gravaram um vídeo onde ele explica o possível motivo de sua morte. A princípio, isto poderia ser mais um caso de envolvimento com o tráfico de drogas, porém, assim como Davi, sua morte possui verossimilhança com a execução de Carlos Henrique.

Vítimas acusaram PMs do Núcleo Prisional no Monte das Oliveiras

A primeira vítima morreu em novembro do ano passado. No dia do crime, os suspeitos sequestraram Carlos Henrique e o levaram para o ramal do Seringal, na BR-174.

Enquanto esteve sob a mão dos pistoleiros, a vítima, que se passava por policial militar, gravou um vídeo onde acusava PMs pela prática de ‘arrocho’. O termo refere-se a autoridades policiais que praticam roubo de droga de traficantes.

No vídeo, Carlos Henrique afirmou que, o então sargento Salazar, coronel Vinícius, da SPP-AM, sargento Camurça e todos os PMs detidos Núcleo Prisional da Polícia Militar do Amazonas (NPPM), localizado no bairro Monte das Oliveiras, zona norte da cidade, formavam uma milícia.

Além de citar as autoridades, Carlos Henrique também falou sobre a relação dos policiais com o comércio ilegal de ouro no município de Japurá.

Assim como o falso PM, Davi Renan também acusou um cabo da PM chamado Bento Luciano Souza. No vídeo, a vítima afirmou que comprou uma pequena quantia de droga com o policial e que possuía informações sobre a chegada de mais materiais.

“Eu estou nessa situação por causa do ‘Bento Luciano’, que é um policial militar detido numa prisão para PMs da delegacia no bairro Monte das Oliveiras. Ele está preso, mas saía para arrochar drogas e depois retornava. Eu pegava droga com ele em pouca quantidade e depois pagava”, disse Davi Renan.

O policial em questão é um velho conhecido dos noticiários. No dia 22 de setembro de 2023, Bento Luciano roubou uma carga de ouro avaliada R$ 4,2 milhões, com a ajuda de dois comparsas.

O cabo estava expulso da corporação, mas o reintegraram após ordem judicial. Ele já responde a processos por roubo e extorsão, entretanto, encontrava-se de licença para tratamento de saúde.

O sistema

Em março deste ano, a Polícia Civil prendeu o responsável pela morte de Carlos Henrique. Durante a coletiva, o secretário de Segurança Pública afirmou que a intenção dos faccionados era deslegitimar a instituição.

Ademais, a recorrência dos relatos e os nomes citados nos dois casos apontam para uma suposta estrutura miliciana dentro da própria polícia. Neste sistema, os agentes atuam como intermediários no tráfico, seja com a prática de extorsão ou roubo direto dos materiais.

Esses crimes têm chocado a população de Manaus e revelam um cenário grave de corrupção institucionalizada na segurança pública do Estado. Assim, agentes juramentados para proteger acabam se aliando ao crime organizado.

 

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