O vereador Hudson Nayron (PSD), suspeito de estuprar uma gestante de 18 anos e duas adolescentes, de 15 e 17 anos, tentou criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra o Conselho Tutelar de Normandia, em Roraima, após o órgão encaminhar à Polícia Civil as denúncias de abuso sexual.
Primeiramente, a proposta da CPI foi protocolada em 9 de setembro, mesmo mês em que a Polícia Civil abriu inquérito contra o parlamentar. As autoridades se basearam nos relatos dos conselheiros sobre os crimes cometidos contra as adolescentes.
Além disso, o documento aponta que Hudson acusava o Conselho de supostas omissões, desaparecimento de documentos, uso indevido do celular institucional e do carro oficial.
O presidente da Câmara, Fernando Bolacha (PP), leu o requerimento, mas a CPI não avançou: no dia seguinte, os cinco vereadores que haviam assinado retiraram suas assinaturas, inviabilizando a comissão. A retirada foi publicada no Diário Oficial de Normandia em 15 de setembro.
No dia 16, a Polícia Civil abriu inquérito específico para apurar a denúncia da gestante de nove meses, que afirmou que o vereador a estuprou. Em sessão na Câmara nesta semana, Hudson defendeu-se e anunciou pedido de afastamento de 30 dias para comprovar sua inocência. Ele também ressaltou que já se manifestou ao Ministério Público.
Em meio à repercussão, o PSD determinou na quarta-feira (24) a abertura imediata de processo disciplinar visando a expulsão do parlamentar.
“Nenhum político pode ficar blindado diante de seus crimes. Nosso compromisso é com a ética, a justiça e a defesa irrestrita da dignidade humana”, afirmou o deputado e presidente do PSD em Roraima, Zé Haroldo Cathedral, em nota oficial.