Escolhido vice-presidente na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) responde até os dias atuais um processo movido pelo PT, legenda da qual agora é aliado, na Justiça. A ação foi movida em março de 2018 por 13 deputados da bancada petista na Assembleia Legislativa de São Paulo. A informação é do colunista Fábio Leite, do portal Metrópoles.
Ă€quela altura, Alckmin estava deixando o governo do estado para concorrer Ă PresidĂŞncia da RepĂşblica ainda pelo PSDB – a filiação ao PSB ocorreu em março deste ano. Os parlamentares responsabilizavam o entĂŁo tucano por supostos prejuĂzos causados pela concessĂŁo de duas linhas de metrĂ´ Ă iniciativa privada.
A ação questionava o lance mĂnimo proposto pelo governo paulista na concorrĂŞncia, que representava menos de 1% dos R$ 22 bilhões investidos no empreendimento, e o fato de a concessĂŁo ter sido feita por meio de decreto, sem aprovação prĂ©via da Assembleia.
Em fevereiro de 2020, a defesa de Alckmin alegou nĂŁo haver ilegalidade ou prejuĂzo na concessĂŁo e que os petistas utilizaram “metodologia equivocada” e “argumento falacioso” no processo, que atĂ© o momento nĂŁo foi julgado.
PANOS QUENTES
A mudança de cenário, que levou Alckmin Ă mesma chapa de seu ex-rival Lula, já reflete no discurso dos polĂticos que antes eram adversários. Um dos autores da ação, o deputado petista Alencar Santana relevou as divergĂŞncias do passado e, agora, elogia o “viĂ©s democrático” do novo aliado.
– Isso passou. O que está em jogo Ă© a democracia. PodĂamos ter divergĂŞncias polĂticas sobre algumas ações do governo, como essa concessĂŁo que nĂłs entendĂamos que tinha um problema legal. Mas temos que admitir que o governo Alckmin tambĂ©m era um governo de viĂ©s democrático – disse Santana ao colunista.
Ex-tucano, Alckmin se filiou ao PSB e, a partir da convenção que a legenda promoveu nesta sexta-feira (29), está oficialmente nomeado como vice na chapa presidencial do petista Luiz Inácio Lula da Silva.