A frente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) foi tomada na manhã desta terça-feira, 16, por um grupo de manifestantes que cobraram o impeachment do governador do Estado, Wilson Lima, e medidas para socorrer as atividades comerciais em Manaus. Durante o ato, o deputado estadual Wilker Barreto (Podemos) ouviu as principais reivindicações do protesto e intermediou uma reunião entre o presidente da Casa, deputado Roberto Cidade (PV), e as categorias, onde o líder do Parlamento afirmou que a análise do pedido de afastamento sairá no final de fevereiro.
No protesto, representantes de camelôs, feirantes, mototaxistas, motoristas de aplicativo, autônomos e profissionais da saúde, CDL Jovem, cozinheiros industriais e movimentos democráticos reivindicavam a abertura do processo de impeachment do Chefe do Executivo, relatando também a falta de soluções para o comércio na capital, a ingerência do Governo durante a pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), que somou mortes por falta de oxigênio em hospitais; o alto preço da gasolina, entre outros pontos que envolvem negligência, superfaturamento, e desvio de dinheiro.
Após a discussão dos temas trazidos pelas categorias, o presidente Roberto Cidade garantiu que o processo de impeachment de Wilson Lima está sendo analisado pela Procuradoria da Casa e que o resultado sairá ainda em fevereiro. Para Wilker, o Parlamento precisa dar uma resposta para a sociedade de forma urgente.
“O mês de fevereiro é suficiente para dar um posicionamento sobre o impeachment. O povo está no sufoco e pedindo socorro, não adianta medidas de austeridade e de socorro econômico com um governo desta natureza, que não soluciona aquilo que já poderia estar em andamento. O sentimento de todos os manifestantes é que o Wilson Lima não tem mais condições de governar. O processo de impeachment precisa ser apreciado até o final do mês”, explicou o parlamentar.
Insatisfação
De acordo com Barreto, a manifestação revela o grau de insatisfação da população, uma vez que o caso da falta de oxigênio foi o ápice da negligência de uma gestão, e ainda hoje faltam nos hospitais insumos básicos.
“O maior exemplo de incompetência desta gestão é que estados muito mais pobres socorreram o Amazonas, graças a Deus. Além disso, não é só falta de habilidade em gerir, estamos falando de corrupção. Só na primeira onda já teríamos motivos para acolher o impeachment. Como vamos deixar uma pessoa que não tem condições de governar o Amazonas, estar na cadeira de governador? ”, indagou Wilker.