O youtuber Wilker Leão protagonizou uma confusão com o presidente Jair Bolsonaro (PL) após provocar o líder na manhã desta quinta-feira (18) na saída do Palácio da Alvorada, em Brasília. O influenciador digital costuma fazer vídeos com provocações tanto a apoiadores de Bolsonaro, na saída do Alvorada, quanto a petistas em manifestações.
Durante a manhã, Bolsonaro parou para tirar fotos com seus simpatizantes na saída do Alvorada, como tradicionalmente faz. Leão, porém, que gravava tudo com um celular, começou a fazer perguntas e provocações ao chefe do Executivo, quando foi puxado por uma pessoa e caiu no chão. Ele então passou a xingar Bolsonaro de “vagabundo”, “safado”, “covarde” e “tchutchuca do Centrão”.
Na sequência, Bolsonaro entrou no carro oficial para seguir para sua agenda de campanha eleitoral, mas, com a aumento dos xingamentos, saiu do veículo e foi em direção a Leão. Ao se aproximar, o presidente disse que queria falar com ele, mas acabou esticando o braço na direção do celular do influenciador, que se esquivou e foi logo contido por seguranças.
Após a confusão, Bolsonaro parou para conversar por cerca de 5 minutos com Leão. Entre os temas, os dois falaram sobre mudanças nas regras de delação premiada, as emendas de relator, reforma tributária, posse de armas e aliança com partidos do Centrão. Sobre o último assunto, Bolsonaro destacou que precisa do Parlamento para aprovar as pautas propostas por seu governo.
– Eu preciso aprovar as coisas no Parlamento, certo? Se for para aprovar sozinho, eu sou ditador. Fecha tudo, fecha Supremo, fecha Congresso, fecha tudo e eu resolvo as coisas sozinho. Eu tenho que ter o apoio do Parlamento. Os partidos de centro são quase 300 dos 513 parlamentares. Como vou aprovar um projeto simples de lei dispensando 300 votos? – explicou.
Ainda ao ser questionado por Leão sobre a aproximação com partidos do Centrão, Bolsonaro respondeu que “todo partido tem pessoas que devem alguma coisa” e perguntou ao youtuber se ele achava que o PT não teria. O influenciador respondeu então que achava o PT “um partido de vagabundo”. Ao final, Bolsonaro disse que não há como “ser um presidente 100%”.
– Eu não posso ser um presidente 100%. Vai desagradar um ou outro em alguma coisa, vai desagradar – completou Bolsonaro.