O Comitê Norueguês anunciou nesta sexta-feira (10) que concederá o Prêmio Nobel da Paz deste ano à Maria Corina Machado, principal figura da oposição na Venezuela. A homenagem reconhece “seu esforço persistente na defesa dos direitos democráticos e na busca por uma transição pacífica e justa da ditadura para a democracia”.
De acordo com o presidente do comitê, Jørgen Watne Frydnes, Maria Corina representa “um dos maiores exemplos de coragem civil na América Latina nas últimas décadas”. Ele destacou a importância de valorizar pessoas que enfrentam regimes autoritários em prol da liberdade.
O comitê ressaltou ainda que “a democracia depende de cidadãos que não se calam diante da opressão e que têm coragem de agir, mesmo diante de ameaças e riscos pessoais”.
Símbolo da resistência ao governo de Nicolás Maduro, Maria Corina Machado vem sofrendo perseguições, processos judiciais e ameaças políticas. Impedida de disputar as eleições presidenciais de 2024, ela declarou apoio ao candidato opositor Edmundo González Urrutia, reconhecido por diversos países, incluindo os Estados Unidos, como o verdadeiro vencedor do pleito.
Desde as eleições de 28 de julho, Maria Corina vive na clandestinidade. Ela chegou a ser detida durante uma manifestação na véspera da posse de Maduro, em 10 de janeiro. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo governo, proclamou Maduro como vencedor, mas nunca divulgou as atas oficiais, alegando um suposto ataque hacker.
Enquanto isso, a oposição apresentou suas próprias atas eleitorais, afirmando que González Urrutia obteve a maioria dos votos.
O Prêmio Nobel da Paz, avaliado em 11 milhões de coroas suecas, será entregue em 10 de dezembro. A cerimônia acontecerá em Oslo, no aniversário de morte de Alfred Nobel, criador da premiação. O comitê afirmou, contudo, não saber se Maria Corina conseguirá comparecer à cerimônia, já que permanece escondida.