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22 de novembro de 2024
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Parque Encontro das Águas será entregue em dezembro de 2023

O prefeito de Manaus, David Almeida, anunciou nesta terça-feira (23), que deve entregar o Parque Encontro das Águas Rosa Almeida, que deve ser construído na zona leste da capital, no Natal de 2023. O projeto, que leva assinatura do internacionalmente conhecido arquiteto Oscar Niemeyer, morto em 2012, é uma das suas últimas criações ainda em vida e o seu único trabalho assinado para a região Norte.

 

O projeto está na fase de finalização de estudos e análises para estabilização do talude, em razão de uma erosão identificada na área em abril deste ano. Os estudos são de geomorfologia e geotecnologia para posterior intervenção.

“É um sonho que está se tornando realidade, saindo do papel, para entrar em execução muito em breve”, adiantou David Almeida, apresentando, em primeira mão, imagens de perspectivas da área com o projeto de Niemeyer e as intervenções urbanísticas. A previsão é que a proposta seja encaminhada à Comissão Municipal de Licitação (CML) até o final do mês de setembro e que a ordem de serviço seja assinada pelo prefeito em dezembro.

 

“Estamos na fase de orçamento dos estudos geomorfológicos e geotecnológicos e de readequação da parte de urbanismo para o parque. As imagens são os estudos finais para a urbanização. O projeto inclui a estabilização do talude e edificações, inclusive do entorno, com a recuperação do acesso viário, cerca de 2 quilômetros até a chegada ao espaço”, explicou o diretor-presidente do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), Carlos Valente.

Para Valente e equipe técnica debruçada sobre a empreitada, a obra tem a equivalência de ponto turístico do porte do Teatro Amazonas, com a previsão de ser um dos mais visitados por turistas internos, moradores e estrangeiros, tendo como cenário o patrimônio natural do encontro dos rios.

“O grande arquiteto Oscar Niemeyer, ainda na administração do ex-prefeito Serafim Corrêa, elaborou o parque e agora, David Almeida, numa visão comprometida com a cidade e a autoestima dos amazonenses, resgatou o projeto. Com 12 meses de execução teremos um cartão-postal para ser motivo de orgulho para todos os manauaras, amazonenses e brasileiros. A Amazônia precisa de notícias boas, e essa é uma delas”, completou Valente.

Readequação

Após 16 anos do desenho original com a grife Niemeyer, a proposta precisou ter ajustes no escopo e conceito. Na concepção, em 2006, quando Carlos Valente estava à frente do Implurb, tinha uma característica mais de contemplação e de levar a assinatura do renomado arquiteto. Hoje existe a necessidade de outra dinâmica urbanística, com interferências adicionais para acessibilidade universal, com estacionamento para Pessoa com Deficiência (PcD) mais próximo da oca; atendimento a demandas da infância, com um playground; paisagismo ajustado à locação inicial e patrimônio.

 

“Os estudos geodésicos feitos hoje para a estabilização do talude permitem também ir além dos realizados em 2006, quando a preocupação era dar suporte às cargas previstas com a obra. Os atuais preveem a estabilização do barranco, o que nos dá tranquilidade e visão de perenidade à construção”, disse o diretor-presidente.

A famosa oca de concreto desenhada pelo arquiteto, com duas lâminas que sobem em direção ao céu, deixa o conceito de museu para abrigar um espaço multiuso e de multiplicidade de diversas exposições temáticas. As lâminas em concreto simbolizam os rios Negro e Solimões.

Platô

No alto de um platô na zona Leste, a vista para o encontro dos rios Negro e Solimões se soma à grandiosidade das linhas do arquiteto, cujo projeto é considerado uma joia.

A cúpula do projeto remete a uma oca e a edificação não tem interferência na paisagem espetacular. São duas hastes, em concreto, que sobem e se encontram, simbolizando os dois rios, com cores diferentes.

Com vista privilegiada do Encontro das Águas, o parque recebe o nome de Rosa Almeida, mãe do prefeito David Almeida, que foi uma das vítimas da Covid-19, em 2020.

Distribuído em uma área total de mais de 120 mil metros quadrados, com encostas e grande declividade, tem vista do cartão-postal natural onde percorrem os rios Negro e Solimões. Nele, estão os elementos do projeto original de Oscar Niemeyer, que receberá ainda mirante, centro de artes, restaurante e setor administrativo, incluindo banheiros.

O arquiteto Niemeyer desenhou uma estrutura em concreto armado, na sua assinatura de reinterpretação de materiais modernos e volumes puros, na relação arte-arquitetura. Para o parque, há o contraste geométrico entre formas arquitetônicas orgânicas – a representação dos rios – com a natureza exuberante.

As hastes em concreto armado têm 30 metros de diâmetros e uma lâmina em cima, com cerca de 17 metros de altura, representando os rios Negro e Solimões. A outra parte é um restaurante, também dando curva ao concreto.

 

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