A noite tinha tudo para ser perfeita para o Vasco. São Januário lotado com uma linda festa da torcida, que compareceu em massa mesmo debaixo de chuva. Só a vitória interessava para se distanciar dos rivais e ter uma reta final “mais tranquila”. O cenário inicial do jogo também parecia a favor, mas faltou competência e o time saiu de campo com um empate sobre o Londrina.
Sem problemas para escalar a equipe, Jorginho optou pela manutenção da espinha dorsal. Mas foi o Tubarão quem começou levando perigo com uma defesa de Thiago Rodrigues praticamente “no susto”. Minutos depois, Andrey Santos recebeu um presente do arqueiro adversário e colocou o Cruz-Maltino na frente para delírio dos quase 20 mil vascaínos.
Contudo, a tônica da partida foi a incapacidade do Vasco diante da baliza. O time enfileirou chances perdidas e poderia ter terminado o primeiro tempo com pelo menos três gols de vantagem. Andrey foi o melhor do time e novamente deu dinamismo ao meio de campo com qualidade. Com um toque deixou Raniel livre, mas o centroavante desperdiçou.
Em outra boa chegada, o camisa 9 retribuiu o presente e deixou a joia na cara do gol. Faltou mais tranquilidade para levantar a cabeça e tirar do goleiro. Mas Andrey tem crédito de sobra com o torcedor, já que com apenas 18 anos é o principal destaque da equipe carioca na campanha.
Faltou ser letal e definir a partida, algo que sobrou ao Londrina. Na melhor chance do primeiro tempo, Caprini aproveitou o espaço e finalizou no canto de Thiago Rodrigues. Além da falha de Paulo Victor, na esquerda, o sistema defensivo parou e só observou o adversário chutar e correr para o abraço.
Não se pode perder chances claras de gol em um jogo decisivo. É da cultura do futebol o famoso ‘quem não faz, leva’. A todo momento, o Gigante da Colina flertou com o tropeço e ele, enfim, aconteceu. Na volta do intervalo, Jorginho mexeu no time e corrigiu o lado esquerdo ao colocar Edimar que é mais forte na marcação.
A escalação foi recheada de jovens, como de costume, porém as soluções também foram de outros jogadores da base (Figueiredo e Gabriel Pec). Os mais experientes não estiveram bem e sucumbiram diante da marcação alvianil. Nene errou tudo que tentou, enquanto Alex Teixeira entrou ainda longe do ideal.
O discurso era que o Vasco está invicto em casa e utilizaria a força de torcida para avançar. Mas não foi o que aconteceu. O torcedor fez a sua parte, apoiou, cantou a plenos pulmões mesmo sob chuva e frio no Rio de Janeiro. Faltou corresponder em campo, fazer o dever de casa e, principalmente, se mostrar forte na briga pelo acesso. Saiu de campo devendo e vendo um horizonte ainda mais dramático.
Diferente das partidas fora de casa, não faltaram oportunidades para conquistar os três pontos. Agora, a situação na tabela se complica a cada minuto, e a equipe voltará a atuar longe do Rio de Janeiro. O desempenho recente fora de casa é assustador com oito derrotas consecutivas. O adversário será o Operário-PR, penúltimo colocado, desesperado para evitar o rebaixamento.