A Polícia Federal informou ao ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que irá ouvir Jair Bolsonaro no inquérito que apura uma suposta interferência política do presidente na PF.
Em ofício enviado ao STF, a PF pede mais 30 dias para concluir o inquérito. O pedido foi feito pela delegada Christine Machado, que conduz as investigações.
A prorrogação é um ato natural ao processo. De acordo com pessoas ouvidas pela reportagem, alguns questionamentos encaminhados ao governo ainda não foram respondidos.
A PF aguarda, por exemplo, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, responder sobre as reclamações ou dificuldades na escolha de nomes na segurança de Jair Bolsonaro e de seus familiares.
Em ofício encaminhado ao Planalto no dia 19, a PF fez quatro pedidos ao ministro para tentar entender se o presidente da República se referia a sua segurança pessoal ao ameaçar mudanças no Rio durante reunião ministerial em 22 de abril.
A polícia cobra de Heleno informações sobre as trocas ocorridas no comando da chefia da segurança de Bolsonaro e família no anos de 2019 e 2020 e o detalhamento de “eventuais óbices ou embaraços” a nomes escolhidos para a função.
Os policiais também aguardam a perícia do celular do empresário Paulo Marinho. O aparelho do ex-aliado do presidente foi entregue na quinta (28) aos peritos da Superintendência da PF no Rio.
As investigações contra o presidente Jair Bolsonaro foram abertas em abril, a pedido da PGR, após o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, acusar o presidente de tentar interferir no comando da PF e Superintendência do Rio. Bolsonaro nega a acusação.