27.3 C
Manaus
16 de junho de 2024
BrasilDestaques

Adolescente que assassinou família em São Paulo passará por exame de sanidade mental

FOTO/REPRODUÇÃO

O adolescente de 16 anos que foi apreendido após confessar ter matado a família relatou os crimes com muita tranquilidade, segundo relatou o delegado Roberto Afonso em entrevista à repórter Paola Patriarca, divulgada pela TV Globo. Segundo a autoridade policial, será necessário um exame para determinar a sanidade mental do jovem.

“O estado anímico dele, quando foi efetivamente entrevistado, num primeiro momento, ele estava tranquilo. Então, ele acabou confessando o que houve. O remorso é uma questão bastante difícil de a gente estabelecer aqui. É difícil a gente imaginar que você matou os pais e teve tranquilidade para poder falar sobre isso aí. É um caso que sempre choca”, afirmou o delegado.

Segundo a autoridade policial, será necessário realizar um exame de sanidade mental para determinar se o garoto estava em plena capacidade mental quando cometeu o ato de matar seus familiares. “Porque nós também utilizamos o critério biológico para o menor de idade. Então, é um critério para política criminal. Leva-se em consideração o momento mental do adolescente, isso tudo tem que ser analisado, sem dúvida, com muita seriedade. O Ministério Público fará isso e vamos aguardar o laudo”, acrescentou.

O delegado explicou que a solicitação do exame de rigidez é uma medida que a polícia pode tomar de forma proativa, sem a necessidade de esperar o período de três anos de internação do adolescente na Fundação Casa. Ele enfatizou que o exame pode ser realizado o mais cedo possível para determinar as condições que possam influenciar a decisão sobre a penalização ou não do adolescente, especialmente se ele apresentar algum problema específico.

Jovem afirmou que gostava da irmã

O adolescente afirmou em depoimento à Polícia Civil que gostava da irmã, mas que atirou nela porque acreditava que ela poderia impedi-lo de matar a mãe.

“Ele fala que deu um tiro na nuca do pai. Aí a irmã ouviu o disparo, e ele acessou o primeiro andar e efetuou um disparo no rosto da irmã. Aguardou a mãe chegar. A mãe chegou, e ele fez mais um disparo. Acertou a mãe. No dia seguinte, ele ainda pegou a faca e ainda esfaqueou a mãe porque ainda sentia raiva”, disse a autoridade policial à repórter.

Policiais militares foram acionados pelo próprio adolescente, que relatou que na sexta-feira, 17, usou a arma do pai, o guarda civil municipal Isac Tavares Santos, de 57 anos, para cometer os crimes contra ele, a irmã, Letícia Gomes Santos, 16, e a mãe, Solange Aparecida Gomes, 50.

Segundo relatado pelo próprio adolescente à polícia, ele pegou a arma do pai, que era Guarda Civil Municipal de Jundiaí, e primeiro atirou contra ele. O disparo foi feito quando o agente estava na cozinha e de costas, por volta das 13h.

O menor também afirmou que tinha uma boa relação com a irmã, mas como a mãe chegaria na casa depois das 18h e ele queria matá-la, não iria conseguir manter a irmã em cativeiro e acreditava que ela poderia impedir o crime.

Então, segundo contou aos policiais, após atirar contra o pai, a irmã, que estava no primeiro andar da casa, ouviu o barulho do tiro e gritou. Em seguida, o adolescente foi até ela e atirou no seu rosto. A jovem morreu ainda no local.

A mãe chegou em casa apenas mais tarde, por volta das 19h. O adolescente afirma que ainda abriu o portão da garagem para que ela entrasse. Depois, ela teria entrada na cozinha e visto o corpo do marido, momento em que o adolescente também teria a matado.

“É um caso que sempre choca, né? Você tem familiares que foram assassinados por um outro familiar. É um homicídio intrafamiliar. Sempre chama atenção a frieza, porque são familiares. Matou três familiares e tem espaçamento de tempo. As questões nós vamos levantar, e mais pra frente vamos traçar um perfil do garoto. O Ministério Público, titular da ação penal, vai estabelecer da necessidade de rigidez mental para saber se ele estava em sã consciência. Vamos aguardar o laudo”, afirmou o delegado.

Adolescente não demonstrou arrependimento

Ainda segundo o delegado Roberto, o adolescente ficou surpreso ao saber que seria apreendido, mas não demonstrou arrependimento.

“Ele tomou um susto. Foi uma surpresa pra ele que na hora que foi falado: ‘você vai ser preso’. Ele se espantou com isso. A gente não sabe se ele estava fora da realidade com relação à apreensão ou pode ser que ele tenha considerado que é um adolescente. A gente vai estar analisando lá na frente”, disse ele em entrevista à repórter.

Será realizada perícia nos celulares do pai, da mãe, da irmã, além do aparelho e computador do adolescente apreendido. A Polícia Civil também ouve vizinhos, amigos e familiares no inquérito policial que apura os crimes. É investigado se o menor agiu sozinho.

“A perícia será muito importante nos aparelhos dele, dos pais e irmã. No momento não podemos dizer se teve algum mentor. Até agora sabemos que era uma família pacata. Vamos aprofundar na investigação”, destacou o delegado.

Relembre o crime

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o crime ocorreu na casa em que a família morava, na Rua Raimundo Nonato de Sá, Zona Oeste de São Paulo.

Os corpos, encontrados na residência da família na Vila Jaguara, apresentavam marcas de tiros e já estavam em processo de decomposição.

A arma e o celular do menor foram apreendidos e a perícia acionada. O adolescente foi conduzido à delegacia e, posteriormente, à Fundação Casa.

O caso foi registrado como ato infracional de homicídio – feminicídio, ato infracional de posse ou porte ilegal de arma de fogo e ato infracional – vilipêndio a cadáver no 33° DP (Pirituba).

Terra***

Leia mais

Segunda edição da Marcha da Família Contra as Drogas reúne dezenas de pessoas em Manaus

Matheus Valadares

Empresário morre em acidente de carro em avenida em Manaus

Marcilon Souza

Isaquias Queiroz vê briga apertada por recorde individual de medalhas

Marcilon Souza

Ao continuar navegando, você concorda com as condições previstas na nossa Política de Privacidade. Aceitar Leia mais