A Polícia Civil revelou detalhes sobre o comportamento frio do adolescente que matou os próprios pais e o irmãozinho de apenas 4 anos em Itaperuna, no Rio de Janeiro. O crime ocorreu no último sábado (21), enquanto as vítimas dormiam.
A princípio, o jovem afirmou que os pais, Inaila Teixeira, 37 anos, e Antônio Carlos Teixeira, 45, desapareceram ao levar o caçula ao hospital, após este supostamente se engasgar com um caco de vidro. Porém, essa versão caiu por terra após investigação da polícia.
Ainda conforme as autoridades, o adolescente atirou na cabeça dos pais e no pescoço do irmão, arrastou os corpos e os escondeu em uma cisterna, após espalhar produto químico pelo chão para disfarçar vestígios de sangue.
Polícia descobriu o crime após inconsistências no depoimento
A farsa começou a ruir na terça-feira (24), quando a avó do adolescente procurou a 143ª Delegacia de Polícia (Itaperuna), relatando o desaparecimento da família. Durante a investigação, os agentes constataram que não havia nenhum registro hospitalar compatível com a história contada.
Na quarta-feira (25), a perícia encontrou manchas de sangue no colchão, roupas queimadas e um forte odor no imóvel. Em seguida, os corpos foram localizados dentro da cisterna.
“A quantidade de sangue era incompatível com um acidente doméstico”, disse o delegado Carlos Augusto Guimarães.
Após a descoberta, o adolescente confessou o crime com detalhes. Segundo ele, matou o irmão para “poupá-lo da dor de perder os pais”.
Duas hipóteses de motivação
A polícia trabalha com duas linhas de investigação sobre a motivação do crime. A primeira seria um relacionamento virtual com uma adolescente de 15 anos, moradora do Mato Grosso. Os pais do garoto não aprovavam o namoro e proibiram a viagem para encontrar a jovem.
Durante a perícia, os policiais encontraram uma mala pronta com os celulares das vítimas dentro. O adolescente afirmou ter conhecido a garota em jogos online, mas não revelou muitos detalhes.
A segunda hipótese envolve interesse financeiro. Os investigadores descobriram que o menor pesquisou no celular “como receber FGTS de falecido”. O pai dele teria direito a um valor estimado em R$ 33 mil.
“Independente da motivação ser o namoro ou o dinheiro, ambas são fúteis”, ressaltou o delegado.
Frieza e premeditação chamam atenção da polícia
O comportamento do adolescente durante o depoimento foi descrito como frio e calculista. De acordo com o delegado, o menor tomou um suplemento pré-treino para se manter acordado e cometeu os assassinatos após todos dormirem.
“Ele contou os detalhes com espontaneidade. Disse que não se arrepende e que faria tudo de novo. É um menino frio, com traços de psicopatia”, afirmou o delegado Carlos Guimarães.
O adolescente responderá por ato infracional análogo a triplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver.