O prefeito de Manaus, David Almeida, se pronunciou nesta quinta-feira (7), durante entrevista ao programa Balanço Geral Manaus, da Record TV, após um episódio de violência envolvendo guardas municipais no Centro da capital.
Primeiramente, a ação da prefeitura visa reordenar o comércio informal na região, onde foi registrada uma grave agressão a um agente da Guarda Municipal. Ele sofreu afundamento de crânio durante confronto com ambulantes haitianos que ocupavam irregularmente vias públicas com carrinhos de mão, proibidos pela legislação.
De acordo com David Almeida, a situação se agravou nos últimos dias com a resistência de vendedores estrangeiros, muitos em situação irregular. O prefeito afirma que eles se recusam a se cadastrar junto à Prefeitura e a respeitar os espaços destinados ao comércio popular.
Local fétido, com fezes e ratos próximos aos alimentos
Durante a operação de reordenamento, a Vigilância Sanitária Municipal inspecionou galpões utilizados para armazenar alimentos e carrinhos utilizados por esses ambulantes. O resultado, segundo o prefeito, foi alarmante:
“Encontramos fossa aberta, ratos, baratas andando sobre os alimentos, restos de fezes humanas. É um local completamente insalubre. Já interditamos três galpões, e hoje foi o quarto”, afirmou.
Ele destacou ainda que os alimentos estavam sendo comercializados nas ruas em condições sanitárias precárias, expondo riscos à saúde pública.
Legislação proíbe carrinhos de mão
David Almeida reforçou que a Lei Municipal nº 123, que regulamenta feiras e mercados em Manaus, proíbe a venda de alimentos em carrinhos de mão. De acordo com ele, todos os vendedores brasileiros estão respeitando essa norma, mas parte significativa dos ambulantes haitianos insiste em descumpri-la.
“Os brasileiros obedecem. Os estrangeiros, muitos deles haitianos, não querem se cadastrar e não respeitam a legislação”, afirmou.
Tráfico de drogas estaria por trás de resistência
Ademais, o prefeito fez uma denúncia grave durante a entrevista: organizações ligadas ao tráfico de drogas estariam apoiando a resistência de ambulantes estrangeiros contra a ação da prefeitura.
“Há tráfico de drogas por trás dessa movimentação. Eles [traficantes] estão ameaçando nossos servidores, e não vamos permitir isso”, declarou. “Temos servidores hospitalizados. Um guarda municipal sofreu afundamento de crânio após ser atingido por pedras”, completou.
Depósitos ilegais alugam carrinhos a ambulantes
Outro ponto revelado pelo prefeito foi a existência de depósitos clandestinos, geridos por pessoas que alugam carrinhos de mão para os ambulantes utilizarem nas ruas.
“É um esquema. Essas pessoas alugam carrinhos e armazenam alimentos em condições impróprias. Estamos agindo com coragem para enfrentar essa estrutura ilegal”, afirmou.
Reordenamento do centro continuará: “Não vamos recuar”
O prefeito reforçou que a ação no Centro de Manaus é necessária e permanente, visando não apenas a organização urbana, mas também a saúde pública e a segurança.
“Estamos buscando ordenar o Centro de Manaus, com apoio dos comerciantes, lojistas, ambulantes legalizados e feirantes. Fizemos reuniões durante meses, demos prazos, ampliamos espaços e criamos uma feira específica para os estrangeiros venderem seus produtos”, explicou.
Almeida também foi enfático ao afirmar que o poder público não vai se intimidar:
“Não vamos recuar. Manaus não é uma cidade sem lei. O servidor da prefeitura não sai de casa para ser agredido. Nós vamos reagir com a força necessária, dentro da legalidade”, completou.
Prefeitura oferece alternativas legais
Durante a semana, o prefeito esteve em contato direto com feirantes e ambulantes regularizados, inclusive tomando café com alguns deles nas ruas da cidade.
“A maioria dos ambulantes apoia a ação. O que estamos enfrentando é a resistência de quem não quer se legalizar. Todos terão espaço para trabalhar, mas dentro da lei e da legalidade sanitária”, disse.
Por fim, ele garantiu que a prefeitura está comprometida em recuperar o Centro Histórico de Manaus, garantindo condições dignas de trabalho para quem segue as regras e promovendo segurança e saúde à população.