26.3 C
Manaus
16 de junho de 2025
DestaquesEntretenimento

Defesa de Leo Lins compara condenação a crimes graves e critica censura

Humorista foi condenado a mais de oito anos de prisão por piadas preconceituosas no YouTube

FOTO/REPRODUÇÃO

A defesa do humorista Leo Lins afirmou que a condenação é equivalente a crimes como tráfico de drogas, corrupção ou homicídio. O episódio em questão refere-se à condenação de oito anos e três meses de prisão por piadas preconceituosas feitas em um vídeo postado no canal dele no YouTube.

Além disso, os advogados ressaltaram que o episódio representa um triste capítulo para a liberdade de expressão no Brasil, pois equiparam a condenação à censura, o que causa profunda preocupação.

Condenação de Leo Lins

Primeiramente, a 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo condenou o humorista Léo Lins a oito anos e três meses de prisão por piadas preconceituosas em um vídeo publicado em seu canal no YouTube. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o vídeo, que zombava de diversas minorias, atingiu a marca de três milhões de visualizações. A decisão foi proferida na última sexta-feira (30).

A Justiça atendeu ao pedido do MPF e determinou que Leo Lins cumpra a pena em regime fechado. Além da prisão, ele deverá pagar uma multa de aproximadamente R$ 1,4 milhão, equivalente a 1.170 salários mínimos de 2022, e uma indenização de R$ 303,6 mil por danos morais coletivos.

Na decisão, a Justiça destacou como agravante o fato de as declarações terem sido feitas em um contexto de descontração, diversão ou recreação.

“Ao longo do show, o réu admitiu o caráter preconceituoso de suas anedotas, demonstrou descaso com a possível reação das vítimas. Por fim, ele afirmou estar ciente de que poderia enfrentar problemas judiciais devido ao teor das falas”, afirma o documento.

O caso

O vídeo em questão mostra o humorista realizando, durante um show, uma série de piadas que atingiu:

  1. Negros
  2. Idosos
  3. Obesos
  4. Soropositivos
  5. Homossexuais
  6. Povos originários
  7. nordestinos
  8. Evangélicos
  9. Judeus
  10. Pessoas com deficiência.

Um ano após a postagem, em 2023, a Justiça determinou a suspensão do conteúdo, que já havia sido reproduzido mais de três milhões de vezes.

O texto da decisão ressalta que o vídeo estimula a propagação da intolerância e da violência verbal. Portanto, a Justiça afirmou que o humor não é um “passe-livre” para cometer crimes de ódio, preconceito e discriminação.

“O exercício da liberdade de expressão não é absoluto nem ilimitado, devendo se dar em um campo de tolerância. Ao mesmo tempo, a liberdade de expressão está sujeita às restrições que a própria lei impõe. Assim, em casos de conflito entre o direito à liberdade de expressão e os princípios da dignidade da pessoa humana e da igualdade jurídica, devem prevalecer os últimos”, diz trecho da decisão.

Por fim, o réu ainda pode recorrer da sentença.

Segundo a assessoria de Leo Lins, “Leo Lins é comediante que atua profissionalmente dentro do gênero de humor conhecido por sua acidez e crítica social. O humorista irá se pronunciar sobre o caso em breve por meio de suas redes sociais oficiais”.

 

Leia mais

Israel ataca sede da TV estatal iraniana em Teerã durante transmissão ao vivo

Matheus Valadares

Ellen Fernandes comemora 20 anos de carreira com o show “Coração Sonoro” em Manaus

Matheus Valadares

Caminhão carregado com recicláveis tomba na Avenida Puraquequara

Matheus Valadares

Ao continuar navegando, você concorda com as condições previstas na nossa Política de Privacidade. Aceitar Leia mais

Ao utilizar este conteúdo, não esqueça de citar a fonte!