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7 de julho de 2025
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Deputados criticam traição de Hugo Motta na votação do IOF

Base governista acusa presidente da Câmara de quebra de acordos e falta de transparência

Crédito: Lula Marques/Agência Brasil

A votação surpresa do projeto que derruba o decreto do IOF, liderada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, provocou uma forte reação entre parlamentares da base governista. Deputados acusam o presidente da Casa de romper acordos políticos e manipular a pauta legislativa, agravando a crise de confiança no Congresso.

A princípio, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) revelou que manteve contato com Hugo Motta por volta das 20h da noite anterior à votação. No entanto, teve uma surpresa posteriormente com a publicação, feita pelo próprio presidente da Câmara, anunciando a votação nas redes sociais. “O tema sequer foi mencionado na conversa”, afirmou o parlamentar, indignado.

Violação do regimento da Câmara

Além disso, a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) classificou a atitude de Motta como uma “quebra de acordo clara”. Segundo ela, o presidente informou aos líderes partidários que, durante a semana de sessões remotas, votariam apenas projetos consensuais. No entanto, o tema do IOF foi pautado com menos de 24 horas de antecedência, descumprindo o regimento interno da Câmara.

Sâmia destacou ainda que a proposta do governo federal visava taxar grandes movimentações financeiras. “Com as regras do arcabouço fiscal, quem vai pagar a conta agora é a população mais pobre”, criticou.

Para o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), a decisão de pautar o projeto representa uma aposta clara na derrota do governo. “Hugo Motta não cumpre acordos, não tem palavra. Isso é chantagem e unidade com a direita e a extrema direita”, declarou. Segundo ele, o centrão bolsonarista continua ocupando cargos no governo, mesmo atuando contra ele.

Comunicação falha e seletividade nas pautas

O deputado Rogério Correia (PT-MG), presidente da Comissão de Finanças e Tributação, também manifestou indignação. “É inaceitável que os deputados só fiquem sabendo da pauta pelo Twitter do presidente”, disse. Correia explicou que havia deixado Brasília após reunião da bancada, confiando na promessa de que temas relevantes não seriam votados na semana.

Ele ainda ressaltou a seletividade na condução das pautas: “Projetos que fazem justiça social enfrentam barreiras, enquanto os que protegem os ricos avançam rapidamente.”

Justiça tributária

O deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA) contestou a retórica da oposição, que trata a medida como aumento de imposto. “É uma medida técnica, necessária para corrigir distorções fiscais. O Brasil precisa arrecadar de forma mais justa para garantir direitos básicos à população”, defendeu.

Desconfiança cresce

Diante do episódio, deputados da base governista agora questionam a viabilidade do diálogo com Hugo Motta. Muitos consideram que o presidente da Câmara tem se mostrado frágil, sem força própria e refém do centrão, como resumiu um parlamentar, sob anonimato.

Nos bastidores, cresce o temor de que novas derrotas se repitam, caso a relação com Motta não seja reavaliada com urgência.

Governo fragilizado, Câmara dividida

Desse modo, a postura do presidente da Câmara aprofunda o desgaste político entre os Poderes. Ao tentar agradar múltiplos blocos, Hugo Motta perdeu credibilidade tanto com o governo quanto com sua própria base. Se essa crise persistir, o governo federal enfrentará dificuldades ainda maiores para aprovar pautas estratégicas nos próximos meses.

 

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