A Importância dos Hormônios na Fertilidade
O corpo produz hormônios, substâncias químicas que regulam funções essenciais. Na fertilidade, eles coordenam processos como o ciclo menstrual, a ovulação e a produção de espermatozoides. Quando esses hormônios se desequilibram, a concepção pode se tornar mais difícil, levando muitos casais a buscar ajuda médica para investigar causas de infertilidade.
Segundo a Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), cerca de oito milhões de brasileiros podem ter infertilidade. A idade ainda influencia bastante, pois a reserva ovariana diminui com os anos, e a qualidade do esperma também pode piorar. Por isso, os exames hormonais se tornam ferramentas importantes para diagnosticar e acompanhar possíveis disfunções.
O Que os Exames Hormonais Revelam?
Os exames avaliam os níveis hormonais por meio de uma amostra de sangue. Entre os principais hormônios analisados, estão:
- FSH (hormônio folículo-estimulante): estimula o crescimento dos folículos ovarianos e a produção de espermatozoides.
- LH (hormônio luteinizante): essencial para a ovulação e para regular a testosterona nos homens.
- Estradiol: influencia a qualidade dos óvulos e prepara o endométrio para uma possível gravidez.
- Progesterona: confirma se a ovulação ocorreu e se o corpo está preparado para sustentar a gestação.
- Testosterona (em homens): avaliada em casos de baixa libido, infertilidade ou outros problemas metabólicos e sexuais.
Segundo a endocrinologista Renata Pinto Camia, consultora médica do Sabin Diagnóstico e Saúde:
“A dosagem hormonal é uma etapa simples, mas que traz informações valiosas para quem quer entender por que não consegue engravidar. Esses exames ajudam o médico a entender melhor o funcionamento do sistema reprodutivo.”
Outros Hormônios em Destaque
A prolactina também entra na investigação, pois seu excesso pode atrapalhar a ovulação e causar infertilidade. Os médicos costumam pedir esse exame quando a paciente tem menstruação irregular ou ausente, especialmente em casos de síndrome dos ovários policísticos ou uso de certos medicamentos.
“Só um médico pode analisar corretamente os níveis de prolactina e decidir se é preciso investigar mais ou iniciar um tratamento específico”, explica a especialista.
Outro hormônio importante é o anti-Mülleriano (HAM), que estima a quantidade de óvulos disponíveis. Ele ajuda a avaliar a reserva ovariana e a prever como a mulher responderá a tratamentos de fertilização. Além disso, pode detectar riscos de menopausa precoce.
Os médicos devem solicitar esses exames e definir o melhor momento do ciclo para fazê-los. Como os níveis hormonais variam conforme idade, sexo e estilo de vida, apenas um profissional pode interpretar os resultados com precisão.
Fatores Externos e Cuidados Complementares
Além das causas biológicas, fatores como estresse, má alimentação, sedentarismo e medicamentos também afetam os hormônios. Dependendo dos resultados, o médico pode recomendar outros exames, como:
- Espermograma (avalia a qualidade do sêmen);
- Ultrassom transvaginal ou ressonância pélvica;
- Histeroscopia ou videolaparoscopia (para verificar útero, ovários e endometriose).
“O diagnóstico preciso é essencial para definir o melhor tratamento e aumentar as chances de gravidez”, reforça a médica.