Inicialmente, o líder do PDT na Câmara, Mário Heringer (MG), anunciou nesta terça-feira, 6, que o partido deixará a base aliada de Lula. “Estamos nos colocando em independência”, afirmou Heringer em entrevista coletiva. A decisão ocorre, portanto, quatro dias após a saída de Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência, envolvido em investigações sobre fraudes no INSS. Mesmo assim, Lula nomeou Wolney Queiroz para substituir Lupi.
Assim sendo, com essa mudança, a bancada do PDT pode apoiar CPIs sobre as fraudes no INSS. Segundo Heringer, a investigação será ampliada para 2019, incluindo ministros e secretários do governo anterior. Além disso, a Polícia Federal poderá atuar a partir dessa data.
A reunião que decidiu pela nova postura foi ontem na residência de Heringer, com a presença de Lupi. Segundo o líder, o encontro foi “duro” devido ao histórico de problemas com o governo. Ademais, Heringer esclarece que o partido não quer “ir para a oposição” ou agir por vingança. Portanto, a decisão é de independência, não de retaliação.
Diálogo
Por outro lado, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, disse que respeita a posição do PDT. “Seguimos dialogando com o partido e contamos com seu apoio em matérias importantes para o País”, afirmou ela, em nota ao Estadão/Broadcast.
Após a saída de Lupi, o PDT passou a ter conflitos com o PT. Essas tensões, por sua vez, impulsionam alianças regionais contra os petistas. No Ceará, Ciro Gomes participou de um café da manhã com deputados de oposição ao governo de Elmano de Freitas (PT).
Por conseguinte, a reunião, com deputados do PL, União Brasil e PDT, visou formar uma candidatura única contra Elmano. Assim, os integrantes do grupo querem que Ciro seja o candidato contra o governador petista. Eles planejam trabalhar nesse sentido.
Finalmente, na conversa, esteve Alcides Fernandes (PL), pai do deputado federal André Fernandes (PL), que terminou em segundo na eleição de Fortaleza. Além disso, Alcides deve ser o candidato bolsonarista ao Senado em 2026.