O hacker Walter Delgatti Neto disse à Polícia Federal (PF), em depoimento concedido na última sexta-feira (18), que tinha acesso pela porta dos fundos ao Ministério da Defesa. As reuniões eram pra discutir sobre urnas eletrônicas.
A confirmação foi feita pelo advogado do hacker. Ariovaldo Moreira disse que essa abordagem pela entrada dos fundos do ministério era utilizada para evitar que a presença de Walter fosse registrado nos sistemas da portaria principal. Nas reuniões, Delgatti teria dito que sua participação nas discussões foi um pedido do então presidente Jair Bolsonaro. O trabalho do hacker era “orientar” os servidores para a elaboração de um relatório sobre as urnas eletrônicas.
A posição final do ministério sobre a integridade do sistema eleitoral foi preparada a partir de Delgatti, que inclusive se reuniu 5 vezes com especialistas da área no Ministério da Defesa. O material foi entregue pelo Ministério da Defesa ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em novembro do ano passado, após as eleições presidenciais.
Agentes da Polícia Federal e parlamentares da CPMI estão em busca de evidências que confirmem a ocorrência das reuniões. A oitiva da PF foi diligenciada após o hacker fornecer informações sobre sua ligação com o governo do ex-presidente Bolsonaro, durante a CPMI do 8 de janeiro no Congresso.