Um trágico acidente chocou a comunidade do Castanhal, na região da Fazenda Grande, município de Nhamundá, interior do Amazonas, na tarde da última quarta-feira (23). João Raimundo morreu eletrocutado após encostar acidentalmente em um fio de alta tensão que estava solto e encoberto pela vegetação.
De acordo com testemunhas, João saiu de casa para mais um dia de trabalho enquanto pescador. Durante o percurso, ele decidiu verificar uma malhadeira e desceu da embarcação para empurrá-la em meio cao capim.
Porém, infelizmente o pescador não notou a presença do fio energizado e parcialmente escondido entre a vegetação da área legada. Desse modo, a forte descarga elétrica o atingiu fatalmente.
O caso gerou comoção e revolta entre os moradores, que pedem ações imediatas das autoridades e da empresa responsável pelo fornecimento de energia elétrica.
Terceira morte em apenas dois meses
Somente em dois meses, três pescadores tiveram o mesmo desfecho trágico. No dia 13 de junho, um homem em Iranduba morreu após seu rosto tocar numa rede improvisada de energia elétrica. Moradores que estavam próximo aos local tentaram socorrê-lo, pois ele caiu no rio, contudo, tiveram somente a confirmação do óbito após o resgate.
Já no dia 30 de maio, foi a vez de Raimundo Nonato Alves da Silva. Na ocasião, o pescador navegava pelo Lago Mucura, em Manacapuru, quando se aproximou de uma árvore que caiu sobre a rede elétrica.
Ao perceber que sua embarcação podia enroscá-la, Raimundo tentou remover o fio de alta tensão e recebeu a forta descarga elétrica.
Um primo do pescador que o acompanhava naquele momento ainda tentou socorrê-lo e utilizou um pedaço de pau para afastá-lo do condutor de energia, mas ele também não resistiu.
Negligência da Amazonas Energia?
Moradores de Nhamundá denunciam nas redes sociais que é comum encontrar fiações expostas e sem manutenção em comunidades rurais.
Ademais, assim como na morte de João, as reclamações se estendem às demais vítimas. Diante disso, é dever da Amazonas Energia agir com urgência para realizar a manutenção adequada, a sinalização de áreas de risco e a substituição de estruturas precárias.
A omissão diante desses perigos pode configurar negligência grave, com consequências sociais, ambientais e jurídicas.