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3 de maio de 2024
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Quase 7 milhões de testes do coronavírus podem ir parar no lixo

Um total de 6,86 milhões de testes para o diagnóstico do coronavírus (covid-19) comprados pelo Ministério da Saúde perde a validade entre dezembro deste ano e janeiro de 2021. Esses exames RT-PCR estão estocados em armazém do governo federal em Guarulhos (SP). No entanto, até hoje, não foram distribuídos para a rede pública.

Até agora, com a doença fazendo alto número de vítimas Brasil a fora, o SUS fez apenas 5 milhões de testes desse tipo.

Ou seja, o país pode acabar descartando mais exames do que já realizou até agora. Ao todo, o governo investiu R$ 764,5 milhões em testes e as unidades para vencer custaram R$ 290 milhões – o lote encalhado tem validade de oito meses.

Responsáveis pelo prejuízo

A responsabilidade pelo prejuízo que se aproxima virou um jogo de empurra-empurra entre o ministério do governo Bolsonaro, de um lado, e estados e municípios, de outro.

Isso porque a compra é feita pelo governo federal, mas a distribuição só ocorre mediante demanda dos governadores e prefeitos.

Enquanto um diz que sua parte se resume a comprar, os outros alegam que o governo entregou material incompleto, falta de capacidade para processar as amostras e de liderança do ministério nesse processo.

A pasta diz que só entrega os testes quando há pedidos dos estados. Ainda ressalta que nem sequer as 8 milhões de unidades já repassadas foram totalmente consumidas. Secretários estaduais e municipais de saúde dizem que não usaram todos os testes, pois receberam kits incompletos para o diagnóstico, com número reduzido de reagentes usados na extração do RNA, tubos de laboratório e cotonetes de coletar amostras.

Também veem dificuldade para processar amostras. Isso prejudica o repasse dos produtos, pois as prefeituras, em especial, não têm como armazenar grandes quantidades.

A auxiliares, o ministro Eduardo Pazuello já afirmou que há testes suficientes nas mãos de estados e municípios.

Estados e cidades

Sem a liderança do ministério, estados e municípios adotaram estratégias próprias de testagem, em muitos casos, também ineficientes.

Contrariando recomendações da OMS, alguns locais apostaram em exames sorológicos, como os testes rápidos, que encontram anticorpos para a doença. Ele é útil para mostrar que a infecção ocorreu no passado e foram criadas defesas no organismo contra o vírus, além de mapear por onde a doença já passou, por inquéritos sorológicos. Mas não serve para alertar sobre a alta de casos ativos.

Os conselhos de secretários municipais (Conasems) e estaduais de saúde (Conass) afirmam que o ministério não entregou todos os kits de testes e máquinas para automatizar a análise das amostras que havia prometido.

Amazonas sob critério duvidoso

Além de escassos, os testes RT-PCR foram distribuídos pelo Ministério da Saúde sob critérios pouco objetivos. O Paraná foi o terceiro estado que mais recebeu os produtos. A Bahia está em sexto lugar, mesmo com população superior e mais casos e mortes pela covid-19.

O Brasil ainda enviou 130 mil exames ao Paraguai e ao Peru, número praticamente igual ao entregue ao Amazonas. O estado, portanto, viveu uma tragédia no começo da pandemia. Outros oito estados receberam menos testes do ministério do que os países vizinhos.

O desequilíbrio também é visto na entrega de reagentes de extração do RNA. Dos três, 20% foram enviados a Minas Gerais. Já o Amazonas recebeu menos de 1% do total. Sem dar detalhes, o ministério afirma que entrega todos os insumos conforme demanda e capacidade de armazenamento dos estados.

Investigação no TCU

O  Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu hoje (23) uma investigação sobre os testes para diagnosticar o coronavírus “encalhados” no governo federal.

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