O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que a resposta de Vladimir Putin à tentativa de rebelião do grupo de mercenários Wagner foi fraca e assegurou que o mandatário russo está perdendo o controle de seu próprio povo.
Em entrevista à “CNN” no domingo, o presidente declarou que “todo aquele poder vertical” que Putin tinha “está desmoronando”.
“Vemos a reação de Putin. É fraca”, disse Zelensky à jornalista Erin Burnett da “CNN” em Odessa, em uma entrevista que será exibida na íntegra na próxima quarta e fragmentos da qual foram ao ar hoje.
Em 24 de junho, um grupo de militares do grupo, liderado por Yevgeny Prigozhin, iniciou uma revolta e, após se declarar à revelia, ocupou a cidade de Rostov, no Don, e enviou quatro colunas em direção a Moscou.
Um dia depois, o próprio líder do grupo Wagner anunciou sua retirada, após a mediação do presidente de Belarus, Aleksandr Lukashenko, e o retorno de seus combatentes às bases permanentes. Após um acordo com o Kremlin, Prigozhin mudou-se para Belarus e não pode haver acusações contra ele.
O objetivo declarado de Prigozhin, que não conseguiu alcançar, era a destituição do ministro da Defesa, Sergei Shoigu, e do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Valery Gerasimov, a quem há meses responsabiliza pelos reveses militares na Ucrânia e pelo alto número de baixas entre as forças russas.
Na opinião de Zelensky, o que aconteceu mostra que Putin “não controla tudo”. “O fato de Wagner penetrar profundamente na Rússia e dominar certas regiões mostra como é fácil fazer isso. Putin não controla a situação nas regiões”, disse Zelensky na entrevista.
O presidente ucraniano afirmou que, embora os esforços de Kiev tenham se concentrado em recuperar território no sul e leste da Ucrânia, seu objetivo final é libertar a Crimeia, a península anexada pela Rússia em 2014.
“Não podemos imaginar a Ucrânia sem a Crimeia. E embora a Crimeia esteja sob ocupação russa, isso significa apenas uma coisa: a guerra ainda não acabou”, disse.
Se o território não for liberado, acrescentou, não pode ser considerado uma vitória.
EFE