O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu nesta quinta-feira uma “mensagem muito clara” da Otan de que a Ucrânia poderá aderir à Aliança “depois da guerra”.
“Somos realistas. Sabemos que não vamos entrar na Otan durante a guerra, mas queremos receber uma mensagem muito clara de que vamos entrar depois da guerra”, disse Zelensky em entrevista coletiva em Haia ao lado dos primeiros-ministros da Holanda, Mark Rutte, e da Bélgica, Alexander De Croo.
Rutte afirmou que o seu país “apoia as ambições da Ucrânia na Otan” e que os trabalhos preparatórios para a cúpula da Aliança em julho, em Vilnius, incluem esforços para “dar um passo” na declaração final dos líderes sobre a adesão da Ucrânia e não utilizar fórmulas de encontros anteriores.
Zelensky, que afirmou estar “convicto” da vitória contra a Rússia, voltou a solicitar o fornecimento de armas “o mais rapidamente possível” e, em particular, pediu a Holanda e Bélgica que ajudem a Ucrânia a criar uma coalizão de países dispostos a fornecer veículos armados para complementar o fornecimento de tanques que os aliados ocidentais já estão oferecendo.
A visita do presidente ucraniano à Holanda coincidiu com as comemorações da libertação do país do domínio nazista em 1945.
“Todos os países da Europa e os Estados Unidos sabem o que o regime de Hitler trouxe para a Europa. Só sangue e vítimas. É uma tragédia que hoje estejamos novamente lutando contra o regime. Enviamos mensagens a diferentes parlamentos, líderes, para não permitir que o regime russo nos envolva em uma guerra mundial”, disse o Presidente ucraniano.
O mandatário ucraniano também insistiu na necessidade de os seus aliados ajudarem economicamente a Ucrânia na reconstrução do país, embora tenha reconhecido que existem “problemas legais” nos países da União Europeia para poderem utilizar os fundos congelados do Banco Central russo, embora tenha dito que estão “procurando os mecanismos adequados” para isso.
Zelensky se reuniu com Rutte e De Croo depois de ter proferido um discurso na sede do Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, onde defendeu a criação de um tribunal especial “para punir os crimes de agressão russa”.
EFE******