As eleições no Equador terão um segundo turno entre a candidata de esquerda Luisa González, do partido Revolución Ciudadana, e o empresário liberal Daniel Noboa, do movimento Acción Democrática Nacional, a ser disputado em 15 de outubro. Com 90% da apuração concluída, González, aliada do ex-presidente Rafael Correa, liderava a disputa com 33,3% dos votos.
Após o avanço na contagem, a candidata de esquerda adotou um discurso de união entre os equatorianos para tirar o país da crise institucional e de segurança, ante uma eleição marcada pela violência. O adversário, Daniel Noboa, que aparece com 23,66%, destacou que a disputa oferece uma oportunidade para derrotar o correísmo.
A eleição registrou uma participação recorde de eleitores. Ao todo, 82,26% dos 13,4 milhões de equatorianos aptos a votar foram às urnas. Os eleitores foram escolher quem assumirá o mandato presidencial no lugar do conservador Guillermo Lasso, assim como os novos representantes da Assembleia Nacional, após esta ter sido dissolvida pelo presidente em maio.
A disputa, porém, tem sido marcada por uma profunda crise institucional e de segurança, que atingiu seu ponto mais crítico com o assassinato a tiros do candidato Fernando Villavicencio no dia 9.
VIOLÊNCIA
Sob o decreto de estado de emergência, a votação ocorreu neste domingo (20) com um forte aparato de segurança em todo o país para garantir a normalidade. Um contingente de 53 mil membros da Polícia Nacional e 45 mil membros das Forças Armadas foi destacado para o pleito.
Os militares foram destacados para fazer a segurança especialmente do candidato Christian Zurita, jornalista que substituiu Villavicencio na disputa presidencial. Zurita apareceu para votar utilizando um colete à prova de balas e um capacete, além de ter sido protegido por uma espécie de lençol blindado, em meio a ameaças de morte recebidas nas redes sociais.