As pessoas que quiserem uma passagem em um dos voos de resgate de Israel para o Reino Unido precisarão pagar 300 libras (cerca de R$ 1850) cada, disse o governo do país na quinta-feira (12). A retirada dos britânicos que fogem do conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas será realizada em voos comerciais.
“Cidadãos britânicos vulneráveis serão priorizados”, disse o Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido. “Entraremos em contato diretamente com aqueles que são elegíveis para os voos e os cidadãos britânicos não deverão dirigir-se ao aeroporto a menos que sejam chamados.”
Utilizar voos comerciais para operações como esta é um procedimento padrão das autoridades britânicas. “[O valor do bilhete] reflete apenas os custos de operação do voo”, afirma o governo em seu portal na internet.
O Brasil, no entanto, não costuma cobrar pelo resgate.
Operação brasileira
Até esta quinta, dois grupos de brasileiros já foram repatriados em voos da FAB. Um terceiro chegará ao Brasil na madrugada desta sexta (13), em Recife (PE) e Guarulhos (SP).
Ao todo, segundo o Planalto, 494 brasileiros já foram resgatados, somando os dois voos que já aterrissaram no Brasil e o que está em deslocamento.
O Itamaraty afirmou, na última quarta (11), que mais de 2,7 mil pessoas já entraram em contato com as representações diplomáticas brasileiras em Israel e na Palestina. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o número não significa que todos solicitaram repatriação.
O Ministério das Relações Exteriores afirmou que os candidatos à repatriação estão sendo “acomodados conforme critérios de prioridade”.
“[A pasta] reitera a orientação no sentido de todos os nacionais que possuam passagens aéreas, ou condições de adquiri-las, embarquem em voos comerciais a partir do aeroporto Ben-Gurion”, diz nota divulgada nesta quinta.
Segundo o Planalto, a operação para resgatar brasileiros no conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas havia sido tema de reunião virtual liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na manhã desta quinta, com a participação do ministro da Defesa, José Múcio.
Fontes do governo e do Itamaraty calculam que a atual operação de repatriação de brasileiros (cerca de 2.000 devendo retornar de Israel e da Palestina) já é considerada a maior feita pelo Brasil em situações de conflito.
É maior, por exemplo, que a retirada de brasileiros da Ucrânia, após o país ser invadido pela Rússia, em 2022. Naquela ocasião, houve dois voos (um KC-390 Millennium e um VC-99B Legacy). Foram retirados cerca de 300 brasileiros.