A Ucrânia destruiu pelo menos 41 aviões russos com capacidade nuclear em um ataque coordenado com drones nesse domingo (1º). A operação, batizada de “Teia de Aranha”, atingiu bases aéreas estratégicas na Sibéria, em Irkutsk, e no norte da Rússia, em Murmansk. Essas bases estão a mais de 4.300 km do front de batalha, uma distância que supera o alcance convencional de mísseis ucranianos.
Primeiramente, a ação surpreendeu pelo método inédito utilizado. Os militares ucranianos camuflaram os drones no teto de contêineres de carga, transportados por caminhões que circulavam livremente pelo território russo. Antes do ataque, eles posicionaram os contêineres às bases aéreas. No momento adequado, um mecanismo remoto abriu os compartimentos, liberando os drones armados com explosivos.
Em suma, cada drone, do tipo FPV (First Person View), foi originalmente desenvolvido para corridas. Além de serem econômicos — custando menos de US$ 500 (R$ 3 mil) cada — esses aparelhos carregam ogivas de até 3 kg. Com autonomia de 10 a 20 minutos, velocidade de até 150 km/h e controle por vídeo em tempo real, os drones conseguiram atingir alvos críticos, como:
– Bombardeiros Tu-95 e Tu-22M, utilizados pela Rússia para lançar mísseis contra a Ucrânia;
– Aviões A-50, essenciais para a coordenação de ataques aéreos.
O ataque não apenas destruiu equipamentos valiosos, que são difíceis de repor a curto prazo, mas também revelou graves falhas na defesa antiaérea russa. A Rússia classificou a ação com drones como “terrorista” e afirmou ter repelido ataques em outras regiões, como Amur, Ivanovo e Ryazan. No entanto, não negou as perdas ocorridas em Irkutsk e Murmansk.
Apesar do aumento da escalada no conflito, a Ucrânia confirmou sua presença nas negociações de paz em Istambul nesta segunda-feira (2). Contudo, analistas duvidam que o diálogo avance, uma vez que a Rússia dificilmente aceitará negociar após um ataque tão humilhante.